Dagmar Teixeira França nasceu no município de Santa Cruz de Goiás. É mãe de três filhos (Sônia Marise, casada com Lázaro, Anselmo, casado com Margaret e Carlos, casado com Oliviane) e avó de sete netos: Fabrício, Fernanda, Paula Beatriz, Carla, Leonardo, Marcela e Maria Letícia. Bisavó encantada das pequenas Sophia, Maria Eduarda e Manuela. Dag França, como é conhecida no meio artístico, reside atualmente em Goiânia e é, hoje, um dos maiores destaques da arte naïf (primitivista) no Brasil.

A pintora iniciou sua carreira como auto-didata, produzindo trabalhos com temas de natureza morta, sobretudo com hortências e girassóis, que são suas flores prediletas. Mais tarde, Dag França freqüentou o atelier do professor Eliezer Ricardo, em Goiânia.

Embora ainda tenha cultivado a preferência pelo tema das flores, por mais algum tempo, Dag França não demorou a descobrir seu verdadeiro estilo: o naïf. Uma frase do fundador do Museu Internacional de Arte Naïf, Lucien Filkestein, define bem a linha de atuação desses artistas. “Os naïfs são pintores sem escola, ou que têm escolas próprias”, ou seja, são os anarquistas do pincel.

Dentro da singeleza e da inovação da arte naïf, Dag França retrata o interior brasileiro, com mais ênfase ao interior de Goiás. As pequenas cidades, as fogueiras juninas, as folias de reis, as festas do Divino, procissões, cenas ingênuas do cotidiano, e todas as demais manifestações folclóricas regionais estão presentes nas telas da artista.

“De maneira geral, pode-se dizer que seus quadros são capítulos de uma mesma história, que ela descreve com cores fortes, fantasia, e com um conceito de realidade que se aproxima do sonho”, disse Miguel Jorge, da ABCA (Associação Brasileira de Críticos de Arte), a respeito da obra de Dag França.

“Há o diálogo com a natureza com referência particular para a dimensão do campo, a fartura das fazendas, os mistérios do terreiro, do beira-rio, das embarcações. Ou, ainda, pode-se dizer da dimensionalidade buscada nas recordações dos folguedos do tempo de menina, que a pintora revive com muito carinho, como algo que não se fecha em si mesmo, mas que se abre para outras gerações e permanece”, afirma o crítico.

Para Miguel Jorge, os temas das telas “são, de fato, vestígios de um passado que está muito presente na maneira doce como Dag França, com seu autodidatismo, capta, com emoção quase à flor da pele”.

A originalidade e a criatividade das obras de Dag França emocionam os públicos mais diversos. No Brasil, suas telas espalhadas por vários Estados e expostas no Museu Internacional de Arte Naïf, no Rio de Janeiro, mantêm vivos os hábitos, costumes e o folclore do interior do País, aproximando os brasileiros de suas origens.

No exterior, em exposições realizadas na Alemanha e na Suíça, Dag França encantou o público com a delicadeza e com a riqueza de detalhes de suas obras. Ao retratar o futebol, as festas típicas, a religiosidade e vida familiar dos brasileiros, a artista revela ao público estrangeiro uma face genuína e rica da cultura do Brasil.

É esse o caso dos quadros expostos na mostra Jouer avec les couleurs – Le sport à travers les yeux des naïfs brésiliens (Brincar com as cores - O esporte através dos olhos dos naïfs brasileiros), no Musée Olympique de Lausanne, Suíça. Durante a exposição, realizada de de 21 de novembro de 2001 a 10 de março de 2002, numa promoção do Museu Internacional de Arte Naïf e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Dag França retratou a torcida nos campos de futebol, o tenista Guga, o Rei Pelé e um triatlo em Brasília.

Dag França é membro da Igreja Cristã Evangélica Maranatha e é voluntária da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG). Atua na sala de amparo (ante-sala de cirurgia) do Hospital Araújo Jorge e sendo também membro da coordenação do Grupo de Apoio Paliativo ao Paciente Oncológico (GAPPO).

É filiada à Unesco, à International Association of Art (IAA) e à Associação dos Escultores do Estado de Goiás (AEGO).

É referência em verbete Naïfs Brasileiros de hoje, em São Paulo; em verbete Da Caverna ao Museu – Dicionário de Artes Plásticas em Goiás, de Amaury Menezes. É alvo de inúmeras citações e matérias especiais na imprensa goiana e brasiliense. Foi tema de matéria especial no encarte Multinews – Revista Multicanal (edição de julho de 1997, página 6).

Obras de sua autoria têm sido utilizadas em publicações didático/pedagógicas e culturais tais como:

Entre Palavras, de Mauro Ferreira, Editora FTD, 1997;
   
Cartão telefônico da Telemar - Rio de Janeiro - série Folclore - mistura de raízes - 1999;
   
Pasta Ciranda (4 anos) Editora Mathema de São Paulo /2010;
   
Agenda 2010 da Caixa Econômica Federal - projeto Cultura Popular Brasielira.